sábado, 21 de novembro de 2015

Coração

E esses amores que chegam sem avisar e vão embora sem de despedir?
Frutos de um coração aflito que na ânsia por se apaixonar devora sentimentos tão rápido que parece criança quando a mãe compra um doce, come tudo de uma vez e depois reclama que não tem mais nada legal pra comer.
Coração esse que parece geladeira no começo do mês sempre que descobre um novo par de olhos para admirar,  mas quem não consegue manter a geladeira cheia o mês inteiro saberá então gerenciar um coração?
Ansioso, sedento, birrento, quer pra ontem o que poderia ter pra vida inteira, não aguenta esperar, esperneia, chora, faz escândalo e por conta disso coleciona uma agenda cheia de nomes, números e nenhum sentimento.
Devorador, apressado, impulsivo, não fosse um coração poderia facilmente ser um monstro desses que vivem embaixo da cama de criancinhas.
Coração que a cada sorriso seu acha ter encontrado a cura, vê em você toda a calmaria que gostaria de ser.
Se fosse um carro seria dirigido por algum embriagado na madrugada desses que dirigem cheios de confiança, mas eu, você e o resto do mundo sabemos que bêbados não são bons motoristas, dão sorte as vezes, mas com a sorte meu bem, não podemos contar.
Não foi sempre assim.
Antes de toda essa ansiedade viveu-se uma vida inteira de amores platônicos, com sonhos regados a chocolates e rosas vermelhas, que nunca chegaram.
Viveu-se uma vida inteira de não conseguir sequer cruzar olhares, sorrisos então? Santa mãe de Deus, é preciso mais que coragem pra demonstrar o quanto se quer alguém.
Viveu-se uma vida inteira de imaginar metades das laranjas, mesmo livros, mesmos objetivos de vida, mesmo esquisitices, mas amor platônico não enche coração e coração não foi feito pra ficar vazio CORAÇÃO FOI FEITO PARA TRANSBORDAR, amores platônicos não fazem a vida valer a pena, fazem perder o ar, a espontaneidade, todas as palavras aprendidas desde criancinha quando se tem uma conversa com o outro, mas fazer a vida valer a pena quando se trata de amor tem que ser a dois, me desculpem os modernos, amantes de superficialidade que é cair de boca em boca, de festa em festa, de cama em cama, desejo por desejo apenas pode até ser bom, pra mim se for a dois tem que ter sim o coração ali, transbordando sentimento. E é bem por isso que esse coração trocou os amores platônicos por toda essa ansiedade e um a um espanta todos aqueles que sabem mesmo que o bom é a calmaria e ansioso por encontrar essa calmaria acaba sempre só, batendo sozinho, uma dupla de um, tocando melodias tristes em dias de chuva.
Mas, a vida é isso mesmo, ir vivendo pra ver onde isso tudo chega e não importa quantos corações apareçam no percurso, há sempre a esperança que o próximo vai ser aquele que será o responsável pelo seu último primeiro beijo, mas por hoje eu vou esperar, porque na verdade essa busca me deixa exausta.







Antes um coração que transborda que um coração que não se abre, ninguém deveria ter que convencer ninguém que amar vale a pena (ou se apaixonar ao menos um pouquinho).


NP - Rude (feat Flula) por Madilyn Bailey


sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Sexta

Sexta feira lá é dia de sentir saudade?
Sentir o peito apertar, sentir o ar pesar.
Sexta feira lá é dia de sentir?

Fosse como sábado, onde tudo pode acontecer.
Fosse como domingo, onde tudo se lembra (ou se tenta lembrar).
Fosse como segunda, onde é inevitável recomeçar.
Fosse como terça, dia de acordar sem medo do que vem pela frente.
Fosse como quarta, onde as chances de tudo dar certo caem pela metade.
Fosse como quinta, quando o corpo já anseia pelo dia seguinte,
mas é sexta.


Todo dia é dia.
Saudade não tem hora, mas tem sempre companhia.



Cause I'm just holding on for tonigh, Sia - Chandelier

sábado, 3 de outubro de 2015

Sábado

Hoje é dia de faxina, Helena.


Acordou,
tomou um banho frio,
passou o café e separou o seu melhor, não que não tenha separado das outras vezes,
mas hoje queria só o melhor, porque o pior todos já tinham mapeado, sabiam de cor.
Abriu as janelas na esperança de que  ar novo expulsaria a ansiedade suspensa, quase tangível que pesava o ar, até as paredes do apartamento pareciam prender a respiração.
Tirou o pó, limpou a casa, lavou a roupa, deixou o banheiro de molho.
Queria acreditar que cada cômodo precisava de faxina e não ela.
Cada gota de água derramada durante o processo era convertida em agonia, e de gota em gota ela transbordou.
Deixou a cozinha por último.
Cozinhar é transformar todo o sentimento em sabor, é possível cozinhar pra quem não se ama, mas não é possível cozinhar sem amor.
O cheiro de alho até tentou tomar conta do lugar, mas a atmosfera era pesada demais e ele só saiu pela janela, hoje não era seu dia.
Cozinhar apenas para si é como guardar um sentimento no peito, faz sentido, mas é sempre melhor quando se compartilha.
Todas aquelas semanas aprendendo a meditar e mesmo assim não consegue calar a mente, tentou dormir depois do almoço, não conseguiu.
O calor da tarde invadia tudo.
Eram quase três da tarde, havia uma lista de afazeres não domésticos não feitos, mas não havia nada também na agenda do domingo.
Tomou outro banho frio, tomaria trinta deles, se soubesse que esse sentimento impregnado seria diluído, mas afinal, esse sentimento era hidrofóbico, insolúvel em água.
Já passavam das cinco da tarde, pegou um livro e esperou a noite chegar,
o dia seguinte seria domingo, até esse sentimento sentiria preguiça de acordar, mas se acordasse tomaria então uma decisão.
Não podia deixar o apartamento com esse ar pesado, estava quase irrespirável lá dentro.


"Mas se você pensa que o mundo é um mapa
E que é fácil se achar sem se perder
Vai ter de aprender a aprender a viver.
Ninguém mata a sede bebendo mágoa".
Dinda, um túnel no fim da luz.







quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Inacabado



Deve ser fome e se não for eu faço virar, todo vazio é fome.
Não de comida, não todas as vezes pelo menos.
É fome de vida, de viver, de ser o que se deveria ser.

Deve ser fome, fome de sentimento que nunca sacia.
Nunca passa.



Não sei descrever o quão estranho é algo que te moía por dentro não fazer mais nem cócegas.
Acostumada que estava com coisas passageiras que pareciam durar toda a eternidade.
Acostumada com rédeas que sempre saiam do controle.
Acostumada em deixar as rédeas saírem do controle.
Não sei como adquiri o hábito de transformar grãos de areia em saaras,
meios copos de água em tempestades destruidoras, irreparáveis.


Negar escrever é sufocar um grito da alma.




sábado, 8 de agosto de 2015

Banho


Acordei com a cabeça pesada, me peguei pensando se era sangue mesmo que corria nas minhas veias ou o que sobrou dos destilados de ontem.
Resolvi, antes de mais nada, tomar um banho.
Entrei embaixo do chuveiro quente, pelando, como diria minha mãe e fiquei lá,
cinco, dez, quinze, vinte minutos, sem vontade nenhuma de sair dali e encarar a vida lá fora.
Fechei os olhos.
As vezes acho que se a gente ficasse tempo suficiente no banho todos os problemas do mundo se resolveriam,  porque banho é pra isso, resolver os problemas.
Tenho a impressão que se a gente ficasse tempo suficiente no banho até os amores passados escorreriam pelo ralo.
Até você escorreria pelo ralo.
A gente costuma tomar decisões drásticas demais durante o banho.
Fiquei lá até minha pele enrugar,  até meu corpo pedir arrego da água quente demais.
Pra falar a verdade, acho que a vida adulta começa na primeira vez que você toma banho e passa mais tempo pensando  na vida do que com o sabonete na mão.
Teve um tempo que eu nunca entendia porque as pessoas se demoravam no banho,
ou pensavam no banho, a função do banho era deixar você limpo.
Só agora eu entendi o quão limpo você pode sair de lá.
Por falar em sair,
fiquei tanto tempo que se fosse possível a água teria transbordado, e ao invés de escorrer pro ralo, meus pensamentos invadiriam tudo, junto com a água.



terça-feira, 30 de junho de 2015

Dez pra meia noite

Eu ainda tenho aquela nossa fota guardada,
tenho também algumas outras que eu nunca te disse, mas salvei.
Um clique de distância de todas as lembranças.
Confesso que eu prefiro aquelas em que você não está sorrindo, prefiro aquela preto e branco, que mesmo na tela do computador é possível ver a esperança refletida em seus olhos.
Sempre me apaixonei por sorrisos, mas devo admitir que quando se trata de você, me pergunto pra que esse olhar? Que perfura a gente, lê a alma. Como se nada passasse despercebido, nem a menor mentira, nem o maior sentimento. Pra que esses olhos? Porque na minha direção?
Ah meu bem, que queres que eu diga? Sabes que eu não sei ser outra coisa senão esse poço de sentimento. Até tentei gelar o coração, mas ele se recusou e eu sabiamente ouvi.
Mas falávamos de você, meu assunto favorito, mesmo que nunca tenha admitido isso em voz alta.
Nunca te disse, mas me lembro muito mais nitidamente da primeira vez que pegou na minha mão do que quando me deu o primeiro beijo.
O problema é que eu sempre tive memória fraca sabe?
Então as vezes eu pensava que você já tinha ido e você ainda estava lá,
as vezes eu achava que você ainda estava lá, mas a cama já tinha esfriado, deixando do meu lado só o seu perfume, que diga-se de passagem eu nem lembro qual é, mas lembro que eu gostava, demais.
Lembro também que você sempre falava comigo como se eu fosse de vidro, altamente quebrável, me diga meu bem, como é pisar em ovos o tempo todo? Eu não aguentaria, não sei como você aguentou, mas agradeço.
Não deveria agradecer, mas acho egoísmo guardar tanta gratidão. Você foi dono dos meus melhores sorrisos, mas no final, acho que todo sorriso é o melhor. Então diria que, enquanto estávamos juntos, meus sorrisos eram pra você, inquilino de sorrisos você seria, por assim dizer.
Queria dizer meu bem, que essas mal traçadas linhas não teriam nem metade do valor se a inspiração fosse outra, ou talvez teriam, eu tendo a supervalorizar a maioria das companhias, e no fim, acho que todo mundo é inspirador. Mas se eu pudesse personificar a inspiração, ela atenderia pelo seu nome.
Seu nome. Seu cheiro. Seu, pronome possessivo, mas sempre foi o pronome errado, nunca foi meu.


Been wondering if your heart's still open, and if so I wanna know what time it shuts.


sexta-feira, 12 de junho de 2015

Tempestade

Eu nunca escrevi no dia dos namorados, quando a vontade bateu fiquei meio relutante, mas eu sempre cedo, passar vontade é sempre ruim, passar vontade de escrever é duas vezes pior.


Helena é um nome forte, desses que só uma mulher forte consegue carregar, essas mulheres que abrem espaço antes mesmo de passar, dessas que não precisam pedir atenção, que não precisam levantar a voz pra serem ouvidas.
Mas não a minha Helena.
A minha Helena sempre quis ser furacão, mas foi sempre calmaria.
Sempre quis ser dessas que tiram o fôlego, fazem as pernas ficarem bambas e o cérebro atordoado,
dessas musas por quem você perde a razão, compra flores, passa noites em claro, manda mensagens, perde o medo, dessas por quem se esquece de viver, tenta entender o universo por causa delas, dessas mulheres que não se prende, dessas que o amor próprio transborda sem afogar.
Sempre quis ser dessas mulheres por quem se move céu e terra para ter e não perder. Nunca perder.
Dessas que só de olhar você acha impossível conquistar e quando conquista se pergunta todo dia como conseguiu.
Helena sempre quis ser tempestade, mas só sabe ser garoa.




Colocou aquele pijama velho,
pegou o chá e deixou em cima da mesinha,
calçou as meias e pôs o filme favorito pra rodar.
Afinal, só tem importância se você der importância,
caso contrário, é vida que segue. 


sexta-feira, 22 de maio de 2015

Curvas

- Você nunca sabe o que vem depois das curvas,
  pode ser qualquer coisa, então,
 porque você prefere curvas?

- Eu não sei, respondi, com toda a sinceridade, porque eu realmente não sei.

Seria tão mais cômodo olhar pra frente e ter certeza do que virá, mas as coisas não funcionam assim.
Simplesmente aceitei que minhas escolhas tem sempre metade de chance de darem certo e há algum tempo eu aprendi que dar certo nem sempre é o que a gente espera.
Nada é como a gente espera.
Nada.
Eu tenho um plano de vida traçado desde os 13 anos de idade,
muito simples:
Estudar, passar no vestibular, formar e ser pra minha mãe tudo que ela foi pra mim, pro resto da vida.
Parece um caminho tão linear.
E olha que até agora tá tudo dentro dos planos, mas nada saiu como planejado, deu pra entender?
Tem uma frase que diz assim: uma linha reta, uma meta, um objetivo.
Mas eu não fui feita pra retas.
Eu não sou feita de retas.
Eu sou toda torta, nada no lugar, nada previsível, nada.
Gostar de retas seria trair minha identidade, seria negar quem sou.
Tenho metas,
 linhas retas, 
sonhos e objetivos,
mas eu gosto mesmo é ser surpreendida.
Já dizia o Bial (na época que ele falava umas coisas bacanas):
"Se preocupar com o futuro é como mascar chiclete pra resolver uma prova de álgebra".
Mas a gente também não pode deixar tudo a mercê do destino, a gente não pode deixar a vida correr, sem rumo, pra onde ela bem entender.
Mas é isso que ela faz, sem nosso consentimento, a vida é desobediente.
E mesmo morrendo de amor pelas curvas da vida, não dá pra negar que a gente sente um alívio imenso quando encontramos uma reta.

Desculpa as contradições, as palavras rasas e as analogias pobres,
é que tem dias que as palavras teimam,
não dizem o que a gente quer que elas digam.






quarta-feira, 15 de abril de 2015

Aos dias como hoje

Um apelo aqueles dias que a gente acha que era melhor ter continuado a dormir.
Um recado a todos aqueles dias que fazem a gente duvidar das nossas escolhas.
Um desabafo sobre aquelas dias que a gente passa horas no banho pra ver se o peso do dia escorre pro ralo.
Uma homenagem a todos os dias que fizeram a gente só chegar em casa, botar aquela playlist e esquecer do mundo.



Não deixe que os dias ruins definam quem você é.
Não deixe os dias ruins saberem que tem algum poder sobre você,
não deixe os dias ruins terem poder sobre você.
Não deixe que o cansaço te vença, que a fadiga te alcance, não esqueça que sorrir e acenar é sempre a melhor alternativa que a vida dá pra gente.
Não deixe, não deixe, não deixe.
Vamos lá, não deixem as lágrimas fazerem o papel da humidade do ar no seu rosto.
Não deixe as lágrimas serem sua chuva pessoal.
Não esqueça que a alegria cabe em qualquer lugar,
não esqueça que a criança que você foi nunca pretendeu ser um adulto triste,
não seja um adulto triste.
Eu sei que alguns dias são piores que outros e alguns dias são todos os dias piores juntos, acredite eu sei, sei também que esses textos motivadores da internet são a autoajuda dos dias de hoje e que autoajuda é uma bosta, mas uma coisa eu tenho que concordar, eles tem razão quando dizem que o melhor remédio é ser feliz mesmo. E olha que eu passei a vida lendo autoajuda só pra poder criticar depois, nunca curti autoajuda, mas como hipócrita que sou (no que se trata desse assunto) vim aqui dizer, lava essa cara e esquece esse dia ruim, outros virão,  muitos deles bem piores que hoje.
Solte esse ar, arrume essa postura, reorganize a cabeça, o coração, a alma e o que mais for preciso pra te lembrar que sorrir ainda é o que nos resta a fazer, sempre.
Todo dia, toda hora.
Seque essas lágrimas, lembra quando lá na infância sua mãe dizia 'engole o choro'?
Então engole o choro.
Não tô aqui dizendo pra você se sufocar de sentimento, nem pra transbordar de agonia,
só estou dizendo pra você não deixar que isso defina quem você é.
Se vira do avesso e se ama por dentro.
Se vira.
Aumente o seu coeficiente de viração, e tome um rumo,uma ducha, um chopp, um caminho.
Só não deixe que os dias ruins tenham mais poder sobre você que os dia bons.

Pode ser mais um dia ruim, não vai durar pro resto da vida... (Drive, mais um dia ruim)
enquanto ele não acaba vou ali, tomar um daqueles banhos que levam tudo embora.


Vem aqui, vamos conversar, queria dizer bem ao pé do ouvido e de dedos entrelaçados
que equilíbrio a gente cultiva, não é genético.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Nós acendemos as luzes da cidade

Helena, em primeira pessoa.


É que hoje o dia amanheceu pesado sabe? Com tudo fora do lugar.
A xícara do café de ontem ainda está na mesa, lembrando o quanto é ruim fazer todas as refeições sozinha, acordei, abri a janela e fiquei vendo a chuva cair, mas tive que fechar, o ar parece mais frio quando você não está.
É que hoje eu acordei com saudade sabe?
Sentindo falta de algo.  Não, não é aquele vazio que circula os textos por ai, é um excesso.
Depois de tanto tempo os meus problemas ainda são os excessos.
É  que hoje eu acordei meio eu, meio como eu era na adolescência, meio como sou agora, acordei com a cabeça pesando uma tonelada e o corpo feito chumbo e eu nem bebi.
Acordei com vontade de fazer uma tatuagem, vontade de mudar o disco, escrever uma música, dançar uma valsa, mas o clima tá pesado demais, demais.
O sol ainda não nasceu e quando isso acontecer as nuvens de chuva não deixarão ele fazer o que faz de melhor, eu na verdade prefiro assim, sou meio nuvem de chuva sabe?
Eu prefiro ver as gotas de chuva baterem na janela e escorrerem, é bonito ver o que a gravidade faz com a água, tanto nas janelas quanto nos olhos.
Mas a quaresma chegou e se ao fim eu tiver conseguido jejuar de tudo que pus na lista sua falta não será estará mais aqui.

 E se?
É sempre mais doce escrever quando se tem uma inspiração.
Mesmo que seja uma inspiração como você.









domingo, 15 de fevereiro de 2015

Quantas vezes a gente sobrevive a hora da verdade?


Eu estava escrevendo sobre como dias de ressaca são tão inspiradores quanto o dia seguinte ao pé na bunda quando a seguinte frase surge na timeline do meu twitter:

Aquela sensação de merda de "Ah, se eu soubesse antes"

Se eu soubesse e soubesse que o final não seria igual ao das animações das disney eu teria medo.E o medo me paralisaria.
Se eu soubesse e o final fosse feliz perderia metade da graça. Mas eu saberia que no final tudo acabaria bem.
Se eu soubesse eu teria magoado menos pessoas e me magoado menos ainda. Eu teria escolhido o silêncio mais vezes.
Se eu soubesse eu teria desviado o olhar daquele sorriso, ou teria ignorado aquela sensação boa de quando descobri que além daquele sorriso você ainda tinha o gosto musical incrível.
Se eu soubesse  antes as escolhas difíceis da vida quase não existiriam, na verdade, muita coisa deixaria de existir. Os caminhos certamente não seriam os mesmos, nem os beijos, os gostos, os programas de tv que eu vi, nada seria igual.
O saber mudaria tudo. Tudo mesmo. E principalmente, mudaria quem sou.
Se eu soubesse antes tudo seria mais fácil.
Tudo estaria no seu devido lugar, inclusive todos esses sentimentos bagunçados.
Mas eu não tenho certeza se eu queria saber de tudo antes.










sábado, 10 de janeiro de 2015

A minha,a sua e a nossa obrigação de ser feliz

Eu quero mais é ser feliz, feliz, feliz, correr atrás do que me faz feliz, da minha felicidade, etc e tal.
Mas quando foi que eu comecei a querer ser feliz minha gente?
Em teoria a gente só deseja o que não tem.
Quando foi que eu, você, todos nós, começamos a desejar ser feliz?
No dia que a gente parou de ser feliz. Será? E a gente parou de ser feliz? Nem vi, nem senti.
E quando foi isso? Quem decidiu que a partir daquele momento eu queria ser feliz? Eu?
Ou vai ver você quer ser mais feliz do que já é e eu estou aqui só julgando, se esse é o seu caso, que feliz!  Mais felicidade, que bom, dizem que é melhor sobrar do que faltar.
E quando foi que a felicidade começou a ter segredo? Encontre o segredo da felicidade, que felicidade mesquinha, sete passos para ser feliz, felicidade é tipo exercício físico agora? E os sedentários? Encontre o caminho da felicidade! E se eu não tiver GPS? E se eu gostar do jeito que está? Parece que todo mundo tem que correr atrás dessa tal felicidade, é tipo uma lei imposta pela vida, VOCÊ TEM QUE SER FELIZ, se você não for você é um fracassado, sei lá, acho meio pesado isso, mas é o que dizem por aí, dizem até que a gente era obrigado a ser feliz, no mais, feliz 2015, porque eu acho mesmo que todo mundo nasceu pra ser feliz, fazer o que né? Inclusive, vendo GPS pra quem não tá conseguindo encontrar o caminho da felicidade, dá um alô  por ai que a gente vê como faz.