sábado, 27 de novembro de 2010

É...

Parecia um monumento intransponível, uma fortaleza de guerra, eu não sabia como ia ser, não conhecia nada, não conhecia ninguém, cidade nova, colégio novo e eu estava só. Não fazia idéia de como chegar às salas e segui alguém que estava na minha frente e descobri depois que esse alguém assim como eu seguia outra pessoa. Eu me lembro com detalhes do meu primeiro dia de aula no IFBA e pensar que já se passaram quatro anos, que é chegada a hora da despedida, a hora de mergulhar de cabeça no desconhecido, sem saber o que esperar ou como esperar. Vai cada um pra um lado, alguns seguindo por um mesmo caminho, outros totalmente sozinhos, mas todos com a certeza de que nada mais será igual. Passado, presente e futuro se misturam, choro, abraço, sorrisos, alegria enfim formatura, éramos 66, hoje somos 35 e se chegamos até aqui é porque merecemos, TODOS merecemos, é o nosso momento, a nossa vez. Brigas e picuinhas já não são importantes, importante mesmo é saber que tudo valeu a pena. Em algum momento decidimos seguir por um mesmo caminho, tínhamos um mesmo destino, um único objetivo e nos já o conquistamos agora é hora de buscar um objetivo novo, é hora de crescer. E pra mim especialmente é hora de recomeçar outra vez, continuar cultivando as amizades da minha cidade, me despedir dos amigos que fiz aqui, serão quilômetros que eu espero que pareçam metros, não é algo exatamente novo pra mim, já fiz isso e sei que a dor vai ser igual, o medo será igual, mas a esperança será maior. Foram os melhores quatro anos da minha vida, com algumas das melhores pessoas que já conheci.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Pro caso de você não saber

Existe algo que diz que a vida continua e se entregar é uma bobagem.
Vento no litoral – Legião Urbana


Vontade de fazer não sei o que, ir não sei pra onde, comer algo que ainda não foi inventado. Parece que estou no lugar errado, na hora errada, falando a coisa errada, vivendo a vida errada. E cansada disso. Cansada de reclamar também, mas reclamar pra mim é igual respirar, é involuntário, não vou conseguir parar por muito tempo, mesmo que eu queira. Cansada desse amor que nunca acaba, desse sentimento de nostalgia constante. Cansada de ser insegura, de falar muito, ser comunicativa agora é defeito. Cansada de ter problemas iguais aos de todo mundo além dos problemas que só eu tenho. Cansada de pessoas que realmente se acham melhores, seja por serem sempre responsáveis, por não apontarem o dedo ou por falarem a coisa certa na hora certa. Eu to de saco cheio de ser educada com quem não é nem nunca foi educada comigo. Porra caralho, você me empurrou e eu não falei nada, sempre dei a outra face, sempre ignorei suas indiretas, sempre fiz tudo certo. Eu agüentei você falando mal na minha própria casa. Então se foda, eu não te odeio, mas se quiser sumir, fique a vontade.