quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Nós acendemos as luzes da cidade

Helena, em primeira pessoa.


É que hoje o dia amanheceu pesado sabe? Com tudo fora do lugar.
A xícara do café de ontem ainda está na mesa, lembrando o quanto é ruim fazer todas as refeições sozinha, acordei, abri a janela e fiquei vendo a chuva cair, mas tive que fechar, o ar parece mais frio quando você não está.
É que hoje eu acordei com saudade sabe?
Sentindo falta de algo.  Não, não é aquele vazio que circula os textos por ai, é um excesso.
Depois de tanto tempo os meus problemas ainda são os excessos.
É  que hoje eu acordei meio eu, meio como eu era na adolescência, meio como sou agora, acordei com a cabeça pesando uma tonelada e o corpo feito chumbo e eu nem bebi.
Acordei com vontade de fazer uma tatuagem, vontade de mudar o disco, escrever uma música, dançar uma valsa, mas o clima tá pesado demais, demais.
O sol ainda não nasceu e quando isso acontecer as nuvens de chuva não deixarão ele fazer o que faz de melhor, eu na verdade prefiro assim, sou meio nuvem de chuva sabe?
Eu prefiro ver as gotas de chuva baterem na janela e escorrerem, é bonito ver o que a gravidade faz com a água, tanto nas janelas quanto nos olhos.
Mas a quaresma chegou e se ao fim eu tiver conseguido jejuar de tudo que pus na lista sua falta não será estará mais aqui.

 E se?
É sempre mais doce escrever quando se tem uma inspiração.
Mesmo que seja uma inspiração como você.









domingo, 15 de fevereiro de 2015

Quantas vezes a gente sobrevive a hora da verdade?


Eu estava escrevendo sobre como dias de ressaca são tão inspiradores quanto o dia seguinte ao pé na bunda quando a seguinte frase surge na timeline do meu twitter:

Aquela sensação de merda de "Ah, se eu soubesse antes"

Se eu soubesse e soubesse que o final não seria igual ao das animações das disney eu teria medo.E o medo me paralisaria.
Se eu soubesse e o final fosse feliz perderia metade da graça. Mas eu saberia que no final tudo acabaria bem.
Se eu soubesse eu teria magoado menos pessoas e me magoado menos ainda. Eu teria escolhido o silêncio mais vezes.
Se eu soubesse eu teria desviado o olhar daquele sorriso, ou teria ignorado aquela sensação boa de quando descobri que além daquele sorriso você ainda tinha o gosto musical incrível.
Se eu soubesse  antes as escolhas difíceis da vida quase não existiriam, na verdade, muita coisa deixaria de existir. Os caminhos certamente não seriam os mesmos, nem os beijos, os gostos, os programas de tv que eu vi, nada seria igual.
O saber mudaria tudo. Tudo mesmo. E principalmente, mudaria quem sou.
Se eu soubesse antes tudo seria mais fácil.
Tudo estaria no seu devido lugar, inclusive todos esses sentimentos bagunçados.
Mas eu não tenho certeza se eu queria saber de tudo antes.