segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Helena.

Hoje li uma sentença que me lembrou Helena.
"Antes só do que mal apaixonada"
Conhecem Helena?


Helena não tinha talento pro amor.
Mas tinha porém um diário e quando tinha nove ano escreveu na primeira página 'eu gosto do joão'.
Só que o João não gostava dela, gostava da loirinha e era correspondido.
E o João morava na rua de cima e era amigo dos primos de Helena e os primos leram o diário.
E o resto da história vocês conhecem, mas eu vou contar mesmo assim.


Helena não era igual, não tinha beleza igual, não tinha assuntos iguais mas mesmo assim sempre teve facilidade em conquistar amigos. Mas tadinha de Helena, não tinha a mesma facilidade em conquistar amores, vivia de amores platônicos, respirava ilusão e desejos ocultos, pois tinha aprendido a não falar (nem escrever) sobre sentimentos. Na infância  e na pré-adolescência sofria por ser diferente, queria fazer parte do padrão e tentou até a exaustão, achava que o interesse do sexo oposto não chegava até ela porque ela não era igual as outras.
Na adolescência tudo continuou igual, mas agora ela já não se importava mais em ser parte do padrão, não queria ser igual, queria só que gostassem dela do jeito que ela era, não queria ser aceita, queria ser gostada. E foi na adolescência que vieram os primeiros amores (ou que ela julgava serem amores) e mesmo assim Helena respirava amor platônico. Tinha talentos pra muita coisa, mas pro amor, nunca descobriu o caminho.
E sofria. Se achava feia, queria saber o motivo de todo mundo ter um amorzinho e ela não, como se vê, ela foi uma adolescente comum, com uma infância comum.
E lia livros, procurava assuntos diversos, tentava um meio de contornar sua feiura e nada.
Percebeu que vivia em uma sociedade onde ser bonita era muito mais conveniente que ser interessante.
Mas no meio da adolescência conheceu alguém que a reconhecia e ela disse eu te amo pela primeira vez pra um zé que falou pra todo mundo e a história do diário se repetiu. Helena não disse mais eu te amo por anos. E todo mundo no mundo teve um namoradinho na adolescência menos Helena.
Mas ela ainda tinha esperança, cresceu, mudou muito, se aceitou e foi ser feliz e adivinha?
Esbarrou mais uma vez com padrões, dessa vez não estéticos apenas, Helena descobriu que não era feminina o suficiente, não era meiga o suficiente e sofreu mais uma vez, mas já aos vinte e poucos anos Helena encontrou o que tava procurava e se achou. E teve chão por muito tempo, mas acabou, então Helena se perdeu e descobriu que podia ter quem quisesse e isso de início a agradou muito, mas não o suficiente, ela descobriu que não queria ser desejada por muitos, nem por poucos, nem por ninguém.
Queria mesmo era ter talento pro amor.
Ou quem sabe talvez o amor tivesse talento pra ela.




sábado, 14 de setembro de 2013

There's no need to go and blow the candle out ♪

Lullaby, nickelback.

Hoje a comida parece estar mais indigesta que o normal, hoje não é só a minha gastrite que vai me obrigar a dormir depois da meia noite.
Hoje o que me prende mesmo é essa sensação de sufocamento.
Minha mente ainda não se acostumou com a idéia, e é tão ruim estar tão longe.
É tão ruim não compreender todos os desígnios.
Como se consola uma dor irremediável?
Os pensamentos vão e vem, algumas coisas perambulam pela minha mente.
Mas eu queria estar perto.
Queria poder fazer diferente.
Sobram tantas palavras não ditas.
Não posso sequer imaginar a dor.
Não consigo me por no lugar, não consigo imaginar como se sobrevive a uma dor dessas.
Uma dor latente, que vai virar saudade, mas vai continuar doendo.
Não consigo imaginar, a ficha não cai.
Sei também que não se põe em palavras tal dor.
Sei que ninguém nunca está preparado, mas quando vem sem ensaios deixa a sensação de tempo perdido, vida mal vivida. Quando vem assim, sem avisar, deixa em quem ficou com a sensação de que está por ir.



In memoriam.
Resta a nós o consolo de saber que Deus cuida de todos nós, sempre e em todo lugar.




quarta-feira, 4 de setembro de 2013