quinta-feira, 7 de novembro de 2013

De vez

O ritual é invariavelmente o mesmo:
eu cruzo as pernas, cruzo os dedos,
ponho uma música pra tocar e olho pra tela.
Será que eu escrevo?Ou melhor, será que eu digito? (essa modernidade acaba com toda a classe e requinte dos meus sentimentos)
Mordo o lábio, penso, penso, penso e percebo que esqueci de respirar. Fecho a janelinha.
Desisto.
Penso em como seria poder falar com você.
Aí eu lembro que esqueci de inventar uma desculpa e pedir seu número, deixo pra amanhã.
Pra depois.
Pra quando a vontade passar.
Sempre tomo fôlego mil vezes pra criar coragem,
e só uma vez não sai correndo, geralmente eu só deixo
a vontade passar e ela sempre passa.
Então amanhã eu repito tudo.
E deixo de novo pra depois, pra quando a vontade passar, de vez.


Ouvindo 500 miles, hoosters.