sábado, 12 de julho de 2014

Beijo

Helena

~ Leia ouvindo Radioactive, Imagine Dragons ~

Helena sustentou o olhar e ele veio, sem meias palavras, sem aquele sorriso de bambear as pernas, sem aquele ar de seriedade que costuma intimidar as pessoas que não o conhecem bem.
Só veio.
E quando deu por si tudo que ela sentia era o corpo dele junto ao seu, a boca dele junto a sua, tanta coisa não dita, tanto a se dizer, no salão ninguém prestava atenção naquele casal, ninguém sabia que aquele beijo era o beijo mais importante da vida de Helena, nem Helena tinha ciência disso, tanto que esqueceu que aquela boca não era do seu namorado.
Ele, que era dono do seu coração, dono dos seus pensamentos. Era por ele que Helena fechava os olhos pra ouvir o coração, era a voz dele que permeava seus pensamentos noturnos e era pela companhia dele que ela ansiava nas noites de insônia, mas não era ele que estava ao lado dela. Ele era um desencontro. Foram muitas as tentativas, infinitas, mas tudo sempre resultava em mais desencontros até o beijo.
E depois do beijo teve uma noite, conversas, diálogos sobre nada importante, risos, vinho, mais beijos.

E um choque de realidade. Helena encontrou os amigos do namorado, que souberam, fizeram um auê e então encontrou o namorado. Um rapaz adorável, aquele que toda sogra sonha, mas Helena ainda não era sogra, terminou, o moço em questão logo arrumou um moça adorável, que toda sogra sonha também, a ex-sogra não achava Helen adorável.
Nesse momento Helena acordou, ainda com a sensação do beijo percorrendo seu corpo, eram 3 horas da manhã, mandou um sms pro namorado sonho da mamãe e foi pra varanda digerir o sonho.
As luzes da cidade não seriam suficientes pra tirar o beijo dos seus pensamentos, acendeu um cigarro.


terça-feira, 8 de julho de 2014

Nestes braços tais ♪

Não se dê ao trabalho.
Veja bem, se for só por obrigação, não precisa nem se explicar.
Nem os pombos da minha rua vivem só de migalhas,
nem as ratazanas do esgoto vivem só de migalhas.
Então, se for por obrigação nem precisa me procurar,
dispenso suas desculpas esfarrapadas, poupo meus ouvidos, meu tempo e meu ego.
Eu não sou de vidro.
Eu não mereço sua pena.
Nem sou mais criança, veja bem, se quiser ir vá.
Se quiser vir, venha.
Mas não use muitas palavras, não gaste muito do seu tempo, não desgaste a sua lábia.
Venha só se quiser, só venha se cada célula do seu corpo ansiar por isso.
Mas não venha nunca só por obrigação.
Não ligue.
Não visite.
Não se desloque nem em pensamento se for só por obrigação.
E dessa maneira quando chegar saberei que veio por que quis
E quando vieres, aaaah, quando chegares...
Saberá que eu também não te espero por obrigação.


Veja bem além destes fatos vis
Saiba, traições são bem mais sutis
Se eu te troquei não foi por maldade
Amor, veja bem, arranjei alguém
Chamado "saudade"

Veja bem meu bem, los hermanos