quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Primeira pessoa


Eu aprendi a me perder no mundo da leitura lá pelos 10 anos, quando a escola decidiu que já era hora de obrigar as pessoas a comprar o livro que tinha na lista de materiais e poucas coisas na minha vida me mudaram tão drasticamente, eu leio até lista de compras de supermercado se tiver ao alcance dos olhos, menos auto ajuda, nada contra, li até uns 5 ou 6 pra tentar entender porque fazem tanto sucesso, não entendi.
E eu descobri muito cedo que se ler é uma delícia, reler então, é um orgasmo, com o perdão da palavra aos mais recatados, reler te traz sensações novas e inimagináveis, eu aprendi muito cedo a reler livros, tem livros que já li mais de 10 vezes, mas nada me dá tanto prazer quanto reler diálogos.
É na conversa que deixamos escapar as melhores risadas, os olhares de cumplicidade...
E eu registro diálogos desde os meus 14/15 anos.
E como a minha memória é fraquíssima isso me faz lembrar de como eu era, do que ainda sou, porque algumas coisas são nossas pra sempre.
E as promessas de pra sempre...
E as promessas corriqueiras...
Registrar diálogos faz com que as nossas memórias fiquem mais limpas, impede que o passado deixe tudo a meia luz, enfeitando o que não era tão bonito assim e escondendo o que é.