sexta-feira, 22 de maio de 2015

Curvas

- Você nunca sabe o que vem depois das curvas,
  pode ser qualquer coisa, então,
 porque você prefere curvas?

- Eu não sei, respondi, com toda a sinceridade, porque eu realmente não sei.

Seria tão mais cômodo olhar pra frente e ter certeza do que virá, mas as coisas não funcionam assim.
Simplesmente aceitei que minhas escolhas tem sempre metade de chance de darem certo e há algum tempo eu aprendi que dar certo nem sempre é o que a gente espera.
Nada é como a gente espera.
Nada.
Eu tenho um plano de vida traçado desde os 13 anos de idade,
muito simples:
Estudar, passar no vestibular, formar e ser pra minha mãe tudo que ela foi pra mim, pro resto da vida.
Parece um caminho tão linear.
E olha que até agora tá tudo dentro dos planos, mas nada saiu como planejado, deu pra entender?
Tem uma frase que diz assim: uma linha reta, uma meta, um objetivo.
Mas eu não fui feita pra retas.
Eu não sou feita de retas.
Eu sou toda torta, nada no lugar, nada previsível, nada.
Gostar de retas seria trair minha identidade, seria negar quem sou.
Tenho metas,
 linhas retas, 
sonhos e objetivos,
mas eu gosto mesmo é ser surpreendida.
Já dizia o Bial (na época que ele falava umas coisas bacanas):
"Se preocupar com o futuro é como mascar chiclete pra resolver uma prova de álgebra".
Mas a gente também não pode deixar tudo a mercê do destino, a gente não pode deixar a vida correr, sem rumo, pra onde ela bem entender.
Mas é isso que ela faz, sem nosso consentimento, a vida é desobediente.
E mesmo morrendo de amor pelas curvas da vida, não dá pra negar que a gente sente um alívio imenso quando encontramos uma reta.

Desculpa as contradições, as palavras rasas e as analogias pobres,
é que tem dias que as palavras teimam,
não dizem o que a gente quer que elas digam.