quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Inacabado



Deve ser fome e se não for eu faço virar, todo vazio é fome.
Não de comida, não todas as vezes pelo menos.
É fome de vida, de viver, de ser o que se deveria ser.

Deve ser fome, fome de sentimento que nunca sacia.
Nunca passa.



Não sei descrever o quão estranho é algo que te moía por dentro não fazer mais nem cócegas.
Acostumada que estava com coisas passageiras que pareciam durar toda a eternidade.
Acostumada com rédeas que sempre saiam do controle.
Acostumada em deixar as rédeas saírem do controle.
Não sei como adquiri o hábito de transformar grãos de areia em saaras,
meios copos de água em tempestades destruidoras, irreparáveis.


Negar escrever é sufocar um grito da alma.