domingo, 26 de fevereiro de 2012

Meu amigo, meu bebê, você era da família.

Quando eu entrei no ônibus eu me recusei a acreditar que eu estava indo me despedir de você.
Agora, com as lágrimas correndo de novo eu não paro de pensar como não é justo,
você era tão indefeso, tão pequeno, tão frágil e mesmo assim quando eu estava sozinha em casa,
eu contava com você, quando eu dormia sozinha em casa era você que me fazia companhia,
quando eu chegava em casa era você que ia me receber, sempre feliz, sempre disposto, não houve um dia que você não viesse correndo ao meu encontro. 
Lembro do dia que você entrou na minha vida, eu nunca tinha tido animal de estimação, nem fazia questão, pra mim era só trabalho extra, mas eu me rendi na mesma hora que vi você. Tão lindo, tão pequenininho, e você era exemplar, fora os fios da TV e do DVD, você nunca roubo sandálias, aprendeu muito cedo a fazer suas necessidades no quintal e algum tempo depois aprendeu a sair de casa sozinho para ir ao 'banheiro'.
Quando eu precisava pensar, me colocar nos eixos, eu levava você pra passear perto do cais, nós ficamos olhando o rio, me lembro de sentar na grama atrás do cais e porto e só esperar o tempo passar.
Me lembro quando você fugia de casa correndo, você sempre correu muito rápido, e a gente ia atrás desesperados, até que você parou de sair correndo, você cresceu e aprendeu a se virar sozinho.
Quando a gente mudou de casa você passava pelo portão tranquilamente, foi numa dessas que algum infeliz atropelou você, eu me desesperei, tive tanto medo, ai o veterinário disse que você tinha que amputar um dedinho só, gastei todas as minhas economias com você, você sempre se machucava quando eu não ia ficar perto, na época do atropelamento eu tava de viagem marcada pra brasilia, fazer a matricula. Quando eu me mudei você fez tanta falta, mas era tão bom voltar pra casa e ter você lá
Você ficava todo o tempo perto de mim quando eu tava em casa, do lado da tv, do lado do computador, aprendeu a ir ao supermercado e esperar do lado de fora e agora você não estará lá.
Você não vai mais me receber.
Quando entrei em casa e te vi, doente, sem conseguir andar me doeu tanto.
Mas você me reconheceu e ficou tão feliz por me ver, eu acreditava tanto na sua recuperação, ai você ficou cego, eu passei o feriado de carnaval inteiro ao seu lado, mas doia tanto te ver assim, deitado, sem conseguir andar, sem conseguir ver, eu não ia deixar você sofrer tanto.
Não houve escolha.
Sinto muito meu bebê, Nicolas Ricardo da Bela Cruz, vulgo Nick.
Te amo, pra sempre.

Só enquanto eu respirar, vou me lembrar de você ♪