quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Nós acendemos as luzes da cidade

Helena, em primeira pessoa.


É que hoje o dia amanheceu pesado sabe? Com tudo fora do lugar.
A xícara do café de ontem ainda está na mesa, lembrando o quanto é ruim fazer todas as refeições sozinha, acordei, abri a janela e fiquei vendo a chuva cair, mas tive que fechar, o ar parece mais frio quando você não está.
É que hoje eu acordei com saudade sabe?
Sentindo falta de algo.  Não, não é aquele vazio que circula os textos por ai, é um excesso.
Depois de tanto tempo os meus problemas ainda são os excessos.
É  que hoje eu acordei meio eu, meio como eu era na adolescência, meio como sou agora, acordei com a cabeça pesando uma tonelada e o corpo feito chumbo e eu nem bebi.
Acordei com vontade de fazer uma tatuagem, vontade de mudar o disco, escrever uma música, dançar uma valsa, mas o clima tá pesado demais, demais.
O sol ainda não nasceu e quando isso acontecer as nuvens de chuva não deixarão ele fazer o que faz de melhor, eu na verdade prefiro assim, sou meio nuvem de chuva sabe?
Eu prefiro ver as gotas de chuva baterem na janela e escorrerem, é bonito ver o que a gravidade faz com a água, tanto nas janelas quanto nos olhos.
Mas a quaresma chegou e se ao fim eu tiver conseguido jejuar de tudo que pus na lista sua falta não será estará mais aqui.

 E se?
É sempre mais doce escrever quando se tem uma inspiração.
Mesmo que seja uma inspiração como você.









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